A todo instante, as redes sociais nos ensinam e empurram novos modelos de maternidade que criam mais estresse do que podem oferecer soluções. Sempre existe um novo jeito certo de ser mãe. E, essa pressão leva a pergunta: como ser uma mãe suficiente?
A universalização do discurso de que mulheres têm características inatas (de sua natureza) para exercer a maternidade é uma concepção problemática, que foi difundida durante muito tempo, e que ainda tem grande força sobre nosso inconsciente social. Existem inúmeras prescrições sobre como uma mãe suficientemente boa deve ser para proporcionar o pleno desenvolvimento de sua filha(o). Na maioria delas, a maternidade deve estar no centro de suas prioridades/necessidades e condicionadas ao amor incondicional.
A partir das ideias da psicanalista Nancy Chodorow, me arrisco a dizer que a resposta é simples (porém nem tanto): não existe maternidade suficientemente boa e é importante que combatamos grande parte desses ideais sobre a suficiência maternal. A trajetória de cada mulher no processo de maternação é única e está fadada a erros e acertos, dores e felicidades, satisfações e angústias. Não necessariamente vão estar ligados a sentimentos e movimentos pares.
Chodrum considera importante que não somente as mulheres sejam implicadas com a responsabilidade do cuidado infantil para que as configurações familiares tenham um funcionamento mais saudável. A relação entre a criança e a família envolve a todas (os) em um compromisso que pede suporte emocional, contato e amparo.
A concepção de mães suficientemente boas contribuem para o adoecimento emocional e psicológico das mulheres, ocasionando, muitas vezes, o sentimento de culpa, de insuficiência, de exaustão e de solidão.
Como vocês têm acolhido a humanidade da maternidade real?
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