Depois de ler o livro As alegrias da maternidade, fiz postagens no perfil do Instagram sobre o assunto e isso levou a um diálogo com algumas pessoas. Eu trouxe aqui os principais resultados dessas conversas.
Quando grávida, todos querem pegar na barriga e querem saber mais do que você
Esse tipo de comportamento é considerado invasivo por várias mulheres que gestaram. Essa ação ainda evidência um comportamento social comum que constantemente retira da mulher a autonomia dos seu corpo e sua autoridade. Você já pensou que esse tipo de comportamento reproduzido inconscientemente por nós se relaciona com uma atitude machista?
Como lhe dar com a insuficiência dentro da maternidade?
Não existe uma forma de a mãe corresponder a todas as necessidades do filho. É humanamente impossível viver o padrão de maternidade que foi criado para nós. Dentro da realidade cotidiana, é importante lembrar que antes de ser mãe existe uma pessoa com as suas próprias necessidades. A falta, ou não atender a todas as necessidades do filho de maneira irrestrita, também proporciona o desenvolvimento infantil.
Por muito tempo a maternidade fez parte da identidade da mulher. Como você vê isso hoje?
A maternidade era tratada como destino obrigatório para as mulheres. Mas hoje, para parte de nós, ela se tornou escolha. A luta das gerações anteriores deixou a possibilidade de escolha para a nossa geração, um verdadeiro presente. A mulher de hoje pode ter múltiplas identidades. Pode ser mãe, mas pode ser também o que quiser. Esse direito, no entanto, ainda precisa alcançar todas as mulheres.
Minhas impressões sobre o livro 'As alegrias da maternidade'
A escritora nigeriana Florence Onyebuchi "Buchi" Emecheta, por meio dos seus textos, questiona os esteriótipos da mulher nigeriana e africana, expondo sua realidade cotidiana e a opressão das normas sociais.
Em As alegrias da maternidade, Buchi expõe as representações de ordem social que são determinadas para as mulheres como forma de controle. A autora nos leva a questionar questões como: a valorização da maternidade como única preocupação possível, os tipos de educação destinada à mulher, a violência degradante do colonialismo e a cultura que deslegitima sua autonomia.
Além dessas questões, o livro traz novas perspectivas culturais que são imprescindíveis para ampliação da nosso olhar sobre as Áfricas que existem.
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